domingo, 17 de março de 2013


RAÇA SUFFOLK


HISTÓRICO -
É originária dos condados de Suffolk, Norfolk e Cambridge, obtidas através dos cruzamentos de ovelhas Norfolk com carneiros Southdown, que resultou em animais de boa qualidade de carne, pernas curtas e compactos, posteriormente através de melhoramento genético no Canadá e Estados Unidos, aumentou-se a altura e comprimento desses animais com grande influência nas criações brasileiras, dessa maneira os animais Suffolk hoje apresentam boa altura, comprimento e conformação de carcaça.


ASPECTO GERAL

- Um ovino de grande desenvolvimento corporal, de constituição robusta e de conformação para produção de carne. O seu corpo comprido e musculoso, as extremidades desprovidas de lã e revestidas de pelos negros e brilhantes, a postura de sua cabeça e formato das orelhas, fazem do Suffolk um ovino inconfundível.


CABEÇA

- Mocha em ambos os sexos, grande, completamente livre de lã, totalmente coberta de pelos negros, finos e brilhantes. A cara é comprida e sem rugas, perfil convexo, focinho mediano e boca larga com lábios fortes. As orelhas são longas, de textura delicada, com a ponta virada para fora. Juntamente com a parte superior da cabeça as orelhas completam o formato de sino. Os olhos são escuros, brilhantes e proeminentes. Mucosas nasais, lábios e pálpebras são totalmente pretas.


CORPO

- Largo, profundo e muito musculoso. Costelas com bom arqueamento e boa cobertura de carne. O tórax é amplo. Anca larga e comprida, muito bem coberta de músculo. Flancos lisos e cheios. O peito é profundo, largo e proeminente

As paletas são largas, carnudas e bem afastadas, dando origem a cruzes também largas e carnudas. As cruzes formam com o dorso, lombo e anca um retângulo largo e comprido.


MEMBROS

- Devem ter um comprimento proporcional ao corpo, de tal maneira que mantenha a harmonia do conjunto e ao mesmo tempo evidenciem vigor e desenvoltura. Articulações bem definidas. Ossos fortes, mas não demasiadamente grossos. e com seção transversal ovalada. Bem aprumados e afastados entre si. Os garrões devem ter um angulo bem definido, e bem afastados, dando lugar a um entrepernas largo e profundo. Os quartos devem ser carnudos, com musculatura arredondada e nádegas volumosas. O entrepernas deve completar-se por um períneo perpendicular e comprido.


VELO

- De pouca extensão, pois não cobre a cabeça e os membros abaixo dos joelhos e garrões. Possui boa densidade, mas não tem boa formação de mechas, que são curtas. Velo de pouco peso, e pouca qualidade, com poucas ondulações e áspero. Deve ser livre de fibras pretas, a não ser na zona de transição entre os pelos e a lã, ou seja, no pescoço e patas. As fibras de lã têm diâmetro médio de 25 a 29 micrômetros, o. que na Norma Brasileira de Classificação de Lã Suja corresponde às finuras PRIMA B, CRUZA 1 E CRUZA 2.


APTIDÕES

- Grande capacidade de adaptação a diferentes climas, mas necessita de alimentação de boa qualidade e em quantidade para ter o seu potencial de precocidade bem explorado. Prolífera, com índices de nascimento de até 165%. Parto fácil, principalmente por causa do formato longo e estreito da cabeça dos cordeiros.

Cordeiros com grandes ganhos de peso variando de 250 até 600 gramas ao dia. Rendimento de carcaça de 45 a 48%, de boa conformação e boa cobertura de gordura

Os cordeiros nascem inteiramente pretos, e vão branqueando até os 4 a 5 meses de idade.

O peso dos machos adultos atinge e ultrapassa os 180 Kg e das fêmeas os 90 kg.

sábado, 16 de março de 2013

Raça Merino Australiano

Origem: O Merino Espanhol é considerado um dos ovinos domésticos mais antigos de todos os conhecidos e é descendente de um ovino selvagem primitivo natural da Ásia Menor, o Ovis arkal. A partir do século XVIII, o Merino Espanhol foi o tronco de origem das numerosas raças Merinas desenvolvidas em diversos países:
Merino Electoral (na Alemanha), Merino Negrette (na Austria-Hungria), Merino Rambouillet (na França), Merino Vermont, Delaine e Rambouillet Americano (na América do Norte), Merino Argentino (na Argentina), Merino Uruguaio (no Uruguai) e finalmente o Merino Australiano (na Austrália). Em 1794, foram introduzidos, na Austrália, 26 Merinos Espanhóis provenientes da Colônia do Cabo (África do Sul). Os magníficos resultados obtidos com estes primeiros Merinos fomentou a importação, em maior escala, de Merinos Negrette e Electoral e, em menor escala, o Rambouillet e posteriormente o Merino Vermont (excessivamente enrugado). Admite-se que na formação do atual Merino Australiano, participaram: Merino Espanhol 25%, Merino Vermont 40%, Merino Electoral e Negrette 30% e Merino Rambouillet 5%.
Aspecto geral: É um animal imponente, de aspecto nobre. Bom desenvolvimento corporal. Constituição robusta. Conformação angulosa. Denota grande volume de lã. Raça especializada na produção de lã fina, apresenta um equilíbrio zootécnico orientado 80% para a produção de lã fina e 20% para a carne.

Aptidões:

.Produtora de lã fina por excelência.
.
Lã de grande qualidade e valor industrial.

.Elevado grau de rusticidade e adaptabilidade em regiões pobres e de clima desfavorável.

.Longeva, produzindo economicamente até idades avançadas.

.Não se adapta bem em campos úmidos e baixos.

.Os cordeiros são bastante vulneráveis ao nascerem, têm pouca cobertura de lã e muito pouco tecido adiposo.

.Os machos são do tipo médio e forte e, quando bem alimentados, podem produzir capões pesados.

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terça-feira, 12 de março de 2013

Raça Somalis Brasileira


Dentre as raças de ovinos deslanados destaca-se a Somalis Brasileira, que é uma raça pertencente ao grupo dos ovinos de "garupa gorda" de origem africana. É uma raça que apresenta boas características para produção no semiárido, ressaltando-se, nesse caso, a tolerância às condições adversas da região. Nesse sentido, se caracterizam como animais de porte pequeno com superfície corporal favorável à dissipação de calor, e aliado a isso apresentam uma reserva considerável de gordura na base da cauda o que lhes favorece a sobrevivência em condições de menor oferta de alimentos. As características: pesos e ganhos de peso, desde o nascimento até 112 dias de idade (desmame), e taxa de mortalidade em ovinos Somalis Brasileiro, criados em condições de caatinga, no Estado do Ceará. Nestes estudos concluíram que as ovelhas Somalis apresentam boa capacidade de adaptação às condições de pasto nativo, no semiárido brasileiro.

quinta-feira, 7 de março de 2013

Raça Morada Nova

Morada Nova

      É uma raça de ovelha desenvolvida na região nordeste do Brasil, principalmente no município de Morada Nova no Ceará, com as características de não possuir lã, predominantemente mochos e possuírem couro de boa qualidade. No início o denominação era "carneiro deslanado do nordeste" mas este nome não foi mais usado. Internacionalmente é chamada de "Brazilian Woolless".
A raça se adapta bem a regiões quentes e com pouca comida,além de se adaptar fácil,come folhas secas e ramos seco e se satisfaz rápido. Não possui lã ,e sua carne é de boa qualidade,e é bem macia ,e procurada em muitos restaurantes de todo o brasil.São animais de poucas altura ,mais animais parrudos, sua cor varria desde um vermelho mais escuro até um mocho mais claro.
Os animais da raça que são P.O(puro de origem)os machos chegam a pesar até 40kg, e as fêmeas chegando até 30kg[1].São animais rústicos.São animais pra criadores que não querem gastar com ração.Originaria do Município de Morada nova.Dessa raça também se originou outra raças,e a mais conhecida é a Santa Inês.
Acredita-se que a origem é africana, e uma das que mais se assemelham é a Sahel, porém na sua formação pode ter contribuído também a Somalis e outras raças crioulas brasileiras. Foi usada na formação da raça Santa Inês.

A raça de ovinos Morada Nova, primeiramente descrita pelo zootecnista Otávio Domingues, durante viagem pelo então Departamento Nacional de Produção Animal, em 1937, ao município de Morada Nova/CE, é uma das principais raças nativas de ovinos deslanados do Nordeste do Brasil.

Explorados para produção de carne e pele, sendo esta muito apreciada no mercado internacional, os animais da raça Morada Nova apresentam pequeno porte e boa adaptação às condições climáticas do semi-árido, tornando-se importantes componentes produtivos nas pequenas propriedades, onde constituem fonte de proteína na alimentação da população rural. Além disso, a raça apresenta boa prolificidade, muito importante para os sistemas de produção de carne ovina e que não é comumente observada em outras raças nativas do Brasil.

A raça Morada Nova apresenta, ainda, elevado valor adaptativo às condições de produção do semi-árido nordestino, sendo capaz de apresentar elevadas taxas de fertilidade, mesmo sob condições pouco favoráveis. Portanto, a raça Morada Nova se constitui em importante material genético para o produtor rural do Nordeste brasileiro. Somando-se o baixo tamanho adulto e a boa habilidade materna às características já citadas, pode-se dizer que a Morada Nova é uma raça materna por excelência, representando importante recurso genético para utilização em sistemas de produção de carne ovina em todo o Brasil.

No entanto, a despeito do crescimento que vem sendo observado no efetivo ovino brasileiro, os rebanhos da raça Morada Nova vêm reduzindo a cada ano, sendo que muitos criadores têm optado pela criação de outras raças, em grande parte influenciados por modismos. Além disso, a exagerada ênfase que tem sido dada ao desempenho individual em termos de ganho em peso e peso corporal, em detrimento das características de eficiência produtiva e reprodutiva, leva à falsa percepção de que raças de maior porte são invariavelmente melhores. Tais fatos, somados ao cruzamento indiscriminado com animais de raças exóticas, têm posto em risco a existência e a preservação deste importante germoplasma.

terça-feira, 5 de março de 2013

Raça Santa Inês.

SANTA INÊS
Uma boa alternativa para a produção intensiva de carne de cordeiros na região Sudeste*

A ovinocultura de corte apresenta-se como uma boa opção aos pecuaristas em função dos altos preços alcançados, como também pelo crescente aumento na demanda da carne ovina, mais especificamente pela carne de cordeiro.
Em São Paulo, nos últimos anos, tem-se verificado não só um aumento no efetivo dos rebanhos, mas também no número de propriedades envolvidas nessa atividade. O mercado de carne ovina, apesar de ainda não estar definitivamente estabelecido, nem adequadamente dimensionado, vem apresentando crescimento inconteste, o que se reflete nos preços relativamente altos observados, tanto para o produtor, com o kg de peso vivo variando entre R$ 3,00 a R$ 3,50, como no varejo, onde a carne de cordeiro tem alcançado valores entre R$ 8,00 e 35,00, conforme o corte. Essa maior demanda, todavia, é específica para carcaças de boa qualidade, ou seja, com peso médio de 12 a 13 kg, provenientes de animais novos, com no máximo 120 dias de idade. Até essa idade os animais mostram alta velocidade de crescimento e maior eficiência no aproveitamento de alimentos menos fibrosos que animais mais velhos, apresentando uma proporção significativamente maior de corte traseiro em relação ao dianteiro e costilhar e ainda um nível adequado de gordura, suficiente para propiciar uma leve cobertura da carcaça, protegendo-a contra a perda excessiva de umidade durante o processo de resfriamento e um mínimo de gordura intramuscular, a qual garante o paladar característico da carne ovina e, aliado a pouca maturidade dos feixes musculares do animal jovem, garante maciez ao produto.
Na região sudeste do Brasil tem-se tornado usual a utilização de matrizes comuns, sem raça definida, ou ainda de animais deslanados, notadamente da raça Santa Inês, mantidas em pastagens. São animais menos exigentes em alimentação e mais prolíferas. Podem ser cruzadas com reprodutores de raças de corte, Suffolk, Ile de France e Poll Dorset, que conferem ganho de peso elevado às crias mestiças, além de melhorar as características de carcaça, para produção de cordeiros para abate precoce. As crias são amamentadas em pastagens exclusivas para matrizes com crias ao pé e posteriormente confinadas do desmame ao abate.
Em algumas criações adota-se o confinamento das mães e crias já a partir do nascimento, o que possibilita a adoção do desmame precoce aos 45 dias, resultando em níveis de ganho de peso bastante elevados, além de menor mortalidade de crias. Através desse sistema de criação, são obtidos animais com peso vivo entre 28 e 30 kg, considerado ideal para abate, com idade inferior a 110 dias. Para tanto, o peso ao nascer deve estar em torno dos 4,0 kg e o desmame ocorrer entre 45 - 50 dias, com os animais pesando entre 15 e 17 kg. A expectativa de ganho diário de peso vivo irá aproximar-se de 280 e 240 g, respectivamente nos períodos de pré e pós desmame.
Para se obter resultado positivo na ovinocultura é preciso, além do bom desempenho e qualidade individual dos cordeiros, ter-se ainda uma elevada disponibilidade de animais para abate, o que quer dizer, elevado número de cordeiros nascidos (eficiência reprodutiva) e desmamados  (baixa mortalidade e alta habilidade materna) e, principalmente, um baixo custo de produção.
O sistema de manejo reprodutivo tradicionalmente utilizado pelos ovinocultores em nosso meio adota o acasalamento das matrizes a cada 12 meses. Isso determina a obtenção de um único ciclo reprodutivo, por fêmea, no ano, limitando o número de crias obtidas e resultando na manutenção de um grande percentual de fêmeas vazias no plantel durante uma parte significativa do ano. Além disso, a concentração da atividade reprodutiva em uma época do ano dificulta o atendimento da demanda de mercado, por cordeiros para abate, no restante do período, representando um entrave à consolidação e ampliação do mercado consumidor.
Dentro da tecnologia proposta pelo Instituto de Zootecnia, de intensificação do manejo reprodutivo, com base em experimentos já conduzidos, é preconizada a realização da monta a cada oito meses (3 partos a cada 2 anos), que resulta no aumento do número de cordeiros produzidos durante o ano, sem prejuízo para o desempenho ponderal, tanto da ovelha como das crias. Essa tecnologia pode ser adotada mesmo com raças lanadas, tais como a Suffolk e Ile de France, consideradas estacionais, todavia sua aplicação fica extremamente facilitada quando aplicada a fêmeas deslanadas, tais como a Morada Nova e notadamente a Santa Inês.

Características raciais

O ovino Santa Inês é um animal desprovido de lã, de elevada estatura, pernas compridas, orelhas longas. As ovelhas pesam entre 50 e 60 kg e os machos ao redor de 100 kg. Existem muitos animais descarnados, com traseiro pouco desenvolvido, todavia, já podemos encontrar animais com boa conformação de carcaça. A sua coloração não é uniforme, encontrando-se animais com pelagens bastante variadas, tais como vermelha, castanha e malhada de branco e de preto. Atualmente, devido a uma preferência puramente estética de parte dos criadores, tem havido maior disseminação da pelagem preta, contudo essa pelagem apresenta o inconveniente de resultar em maior absorção da radiação solar incidente, o que prejudica o equilíbrio térmico dos animais, além de resultar em maior ocorrência de problemas com bernes e bicheiras.

Desempenho

Animais Santa Inês têm desempenho um pouco inferior ao de raças melhoradas européias, sendo, contudo, satisfatório para o sistema preconizado. Peso ao nascer entre 3,5-4,0 kg, peso ao desmame (45 a 60 dias) entre 13-16 kg e ganhos de peso diários de 220 e 200 g nos períodos de pré e pós desmame, respectivamente, podem ser conseguidos com animais bem alimentados.
Em sistema intensivo de criação os cordeiros Santa Inês apresentam menor ganho de peso e características de carcaça inferiores em relação às raças melhoradas, mostrando menor proporção de traseiro, menor compacidade de carcaça e menor perímetro de perna. Contudo tais aspectos podem ser muito melhorados através do uso de cruzamento industrial com carneiros de raças melhoradoras para tais características. Por outro lado, as ovelhas Santa Inês possuem características extremamente interessantes como ventres, tais como maior rusticidade, menores exigências nutricionais, acentuada habilidade materna, além de não apresentar estacionalidade reprodutiva.

 

Aspectos reprodutivos

Um dos principais entraves à ovinocultura de corte é a estacionalidade reprodutiva da maioria das raças lanadas de origem européia, que são poliéstricas estacionais, possibilitando o acasalamento somente no verão-outono e parindo no inverno-primavera. Desta maneira a produção de carne de cordeiro, com essas raças, concentra-se em algumas épocas do ano, não permitindo sua produção durante todo o ano. O pequeno número de cordeiros produzido anualmente por ovelha, devido ao grande intervalo entre-partos, também é um aspecto negativo para a atividade, pois aumenta o custo de manutenção das matrizes, encarecendo o preço da carne de cordeiro em sistemas de produção mais intensivos.
A produção contínua de cordeiros durante o ano todo é condição necessária para o sucesso da criação e esta é uma das características mais importantes da raça Santa Inês, que por ser poliéstrica anual, pode ser acasalada em qualquer época do ano, desde que em estado nutricional adequado. As fêmeas Santa Inês mostram ainda possibilidades de, em condições especiais de manejo, apresentarem cios ainda com a cria ao pé, o que diminui acentuadamente o intervalo entre partos, sendo possível intervalos inferiores a oito meses.
Outra característica de extremo interesse é a acentuada habilidade materna das ovelhas, que favorece a sobrevivência peri-natal dos cordeiros, aumentando assim a disponibilidade de animais para abate, bem como para a reposição de matrizes.

Comportamento a pasto

Os ovinos Santa Inês apresentam comportamento muito ativo em pastejo, caminhando com desenvoltura e explorando melhor os locais de alimentação, o que lhes confere maior capacidade de adaptação a ambientes distintos.
Apresentam particularidades comportamentais que os diferem dos lanados europeus, mostrando hábitos de pastejo mais elevado, o que lhes possibilita maior exploração dos recursos alimentares disponíveis. Ovinos deslanados mostram uma maior aceitação de plantas de folha larga que ovinos lanados, desta maneira consomem maior diversidade de plantas, sendo este fato muito importante em pastagens com grande diversidade de espécies.

Aspectos sanitários e de manejo

A produção ovina em clima tropical úmido utilizando como base animais lanados, de raças de origem européia pode apresentar problemas, devido à sua alta susceptibilidade às parasitoses.  A escolha de matrizes de raças lanadas não adaptadas ao clima tropical, com excessiva susceptibilidade à verminose e outros parasitos, leva ao  uso extremamente freqüente de vermífugos e outros defensivos. Alguns criadores chegam a vermifugar os animais mensalmente, o que, além de aumentar os custos de produção, leva ao rápido aumento de resistência dos parasitos aos princípios ativos utilizados, podendo tornar a ovinocultura uma atividade não sustentável.
Nas raças lanadas européias há a necessidade de descola (corte da cauda) dos cordeiros recém nascidos. Este prática leva ao aparecimento de problemas de cicatrização, com aparecimento de miíases secundárias e muitas vezes a ocorrência de tétano. A vacinação das matrizes no final da gestação é necessária para prevenir este mal. Em ovinos deslanados não é necessário a descola, eliminando os problemas oriundos desta prática.
Ovinos são susceptíveis a infecção nos cascos denominada pododermite necrótica, sendo os lanados particularmente sensíveis, já os animais Santa Inês tem mostrado menor susceptibilidade a esse tipo de problema. Também, as miíases secundárias são menos incidentes nesta raça.
Animais criados em clima tropical úmidos, particularmente em sistemas intensivos de exploração, são sujeitos às endoparasitoses gastrintestinais. O parasito do gênero Haemonchus  é o principal agente causador deste tipo de enfermidade, espoliando o organismo animal através de sua ação hematófaga. Trabalhos em andamento têm mostrando que animais da raça Santa Inês são menos susceptíveis a tal enfermidade, diminuindo muito a necessidade de everminações.

Pontos negativos da raça

Por ter tido em sua formação a influência de diversas raças, entre as quais a Bergamácia, que possui acentuada capacidade leiteira, as ovelhas Santa Inês apresentam período de lactação mais longo que as raças especializadas para corte e grande número de animais apresentam úberes com implantação não satisfatória. Estas características dificultam o desmame precoce preconizado para o sistema intensivo de exploração, tornando mais freqüente o aparecimento de mastites, o que pode levar a perda de tetos.

conclusões

A raça Santa Inês pode ser utilizada para produção de cordeiros para abate precoce, em sistemas intensivos de produção, como linhagem materna devido às características já mencionadas de elevada habilidade materna, prolificidade, não-estacionalidade reprodutiva, menor susceptibilidade a endo e ectoparasitoses, adaptação às pastagens tropicais, etc. O menor porte em relação às raças especializadas resulta em menor exigência nutricional, possibilitando maior lotação das pastagens. Isto, aliado à menor ocorrência de problemas sanitários, possibilita a obtenção de menores custos de produção.
O número de cordeiros produzidos anualmente pode ser aumentado com o uso de ovelhas desta raça, pois a intensificação da atividade reprodutiva é plenamente viável. Desta maneira é possível a produção de 2 cordeiros/ovelha/ano (1,5 cordeiro por parição X 1,5 parição por ano X 88% de taxa prenhes).
O desempenho inferior das crias pode ser melhorado com o uso de machos de raças de corte, produzindo cordeiros com maior ganho de peso e melhores características de carcaça.
Esses aspectos tornam a raça Santa Inês uma boa alternativa para a produção intensiva de carne de cordeiros na região Sudeste em um sistema sustentável de produção animal.